quinta-feira, março 30, 2006

A dor da saudade

Sinto um gosto salgado. É a saudade expressa em lágrimas que percorre meu rosto, lavando a alma e aquietando o coração prestes a explodir.
Não sei viver só, e isto é um fato. Preciso constantemente de contato com aqueles que amo, não é preciso que seja fisicamente, apenas o fato de ouvir sua voz, ter notícias via carta, e-mail....já é um pseudo-conforto, pois nada melhor do que abraçar a quem amamos e dizer ao ouvido que a saudade estava nos corroendo...
Na segurança de um abraço as defesas caem, e a fortaleza que dantes existia rui...
E a vulnerabilidade toma meu ser, logo eu que sempre suportei dores profundas, traições, sem me queixar ou transparecer desconforto, agora, nesses braços, sou de vidro...
Assim, apenas peço que não me machuquem...

segunda-feira, março 20, 2006

Pura magia

Ao nos questionarmos, uns aos outros, sobre o que é ou seria a "magia", inevitavelmente nos deparamos com a descrição de rituais e seres fantásticos como: bruxas, fadas, duendes, gnomos...Não podemos descartar que tais figuras permeiam sim o campo mágico a que nos referimos, porém não só estes são os componentes do mesmo; as pessoas esquecem-se que a magia reside num local perto delas, e ao mesmo tempo muito distante e desconhecido, na mente humana.
É sim a imaginação quem cria e perpetua tais imagens, mas não é apenas para criar monstros e heróis que assustem, divertem ou aterrorizem, mas sim para quebrar a "dureza" desse mundo em que vivemos. Lendo "O dia do curinga", um livro narrado por um garoto que viaja em companhia do pai, da Noruega até a Grécia, em busca da mãe que os abandonara, percebo nitidamente as sutilezas desta magia que permeia o ar, mas que poucos conseguem respirá-la.
É bonito notar que tudo o que nos rodeia, que o mistério da criação e da vida se encontram, em algum ponto, com a fé e a magia. Pois damos o nome de fé a uma crença cega e de magia( ou até milagre) a algo que não podemos explicar racionalmente, mas que nos fascina, nos encanta e arrebata.
Assim, sigo com uma nova cosmovisão, uma visão lúdica e curiosa, tecendo relações e teorias a fim de criar um parâmetro de análise sobre a vida e seu desenrolar, torno-me então filósofa pois como Sócrates, "a única coisa que sei, é que não sei nada".

quarta-feira, março 01, 2006

Perdão pelas cicatrizes

É desesperador saber que se tem um defeito que, inconscientemente, vem a ferir outras pessoas.
Mesmo não querendo, o desenrolar de situações permeadas por um defeito latente têm um final, decididamente, catastrófico.
Feri quem não queria, e a dor da culpa lacera meu coração.
Foi numa fração de segundos, o céu tornou-se um inferno, não posso dizer ao certo quais emoções experimentei naquele exato momento mas posso garantir que não são, e nem foram, das mais agradáveis.
Pior do que ser magoado, é magoar alguém a quem amamos e, modéstia parte, faço isso com uma maestria fenomenal.
Sei quão poderosas são as palavras, elas ferem , feito navalha, mas pior que isso são as ações que, por ventura, nada de ruim aparentam ter.
Somos seres dotados de discernimento, porém cada qual possui seu próprio modo de encarar.
O meu, como direi, é um tanto anti-ortodoxo, por isso não me encaixo em nenhuma categoria, sempre me sinto um ser "estranho"(por acaso é o que meu nome significa). Faço coisas sem ter noção da gravidade que elas possam aparentar aos olhos de outrem e confesso, tive vários problemas por isso.
Assim, sofro por causar danos a quem amo e, inevitavelmente, isso apenas faz aumentar minha auto-crítica e insegurança; gostaria de poder apagar alguns desses momentos, porém é impossível, o tempo é preciso e irreversível, logo, sigo meu caminho errôneo, desculpando-me com aqueles que foram marcados por meus passos mal dados e tentando aprender com tamanhos deslizes.