terça-feira, agosto 07, 2007

Longo Inverno

As palavras se calaram.
Um longo inverno levou consigo minha inspiração e ainda nada dela voltar com a primavera que chega.
Contudo, não foram apenas 3 meses nesse bloqueio, ouso dizer que trata-se de um inverno dos pólos, com mais de 8 meses de duração, gélido, um terreno quase lunar onde os pensamentos, as explanações mais loucas, os devaneios hiperbólicos...não nascem, nem se desenvolvem.
As palavras que antes cantavam, se calaram.
E o silêncio me deixa louca!
Não mais em textos se traduzem as ânsias, os pensamentos, as críticas.
Os grilhões invisíveis me tornam incapaz de apreciar minha produção literária, jornalística ou mesmo pessoal e opinativa.
Não sei se foram o excesso de regras e estruturas, as bruscas mudanças de vida, a perda das bases de sustentação e de avaliação do que escrevo...algo se perdeu...e não paresse querer voltar tão cedo.
Alguns dizem ser normal que pessoas, como eu, que trabalham com textos, desde sua produção até sua apreciação passem por períodos inférteis, períodos em que nada os agrada, em que apenas se cumpre com obrigações, com prazos, sem que o produto final seja de todo satisfatório.
O que fazer? Não há uma "receita".
Apenas seguir tentando. Amassando papéis indesejados, rabiscando partes a excluir, deletando arquivos de textos e parágrafos inteiros...e na tentativa e erro algo de relativamente bom pode até aparecer, como renascido de cinzas, como uma fênix.
Espero que como as flores, desabrochem belos textos; que as palavras voltem a articular-se tão harmoniosamente como antes, sendo capazes de revelar com verdade o que penso, sinto e como o mundo se mostra a mim.