quarta-feira, outubro 26, 2005

Quebra-cabeça

Há tempos me fragmentei.Quebrei-me feito vidro,os estilhaços, do ser que um dia fora, lançaram-se obliquamente,nas mais diversas direções e sentidos.A partir deste dia sigo a vagar cegamente a procura dos pedaços componentes deste vitral, a vida.
Porém, procurar é inútil.A ansiedade da busca cria a ilusão e o desmazelo.Frustração.E as certezas se perdem,dando lugar a temores que corroem meu ínterim.E é neste cenário que a fé se renova.Crer sem ver.
Assim, quando não restar nem mesmo a esperança, a vida me surpreende.Mandando-me sinais, prepara-me para um encontro que tudo mudará.Destino.Carma.Denomine como quiser. Mas esta força mítica e mágica existe, e os elos dantes invisíveis e distantes, mostram-se.
E um sentimento novo toma-me e, de repente, uma grande alegria.Afinidade.Mesmo sem conhecer, reconheço.Trata-se de uma de minhas peças que a mim retornara.Componho-me.A sensação é extraordinária, recomposição.Felicidade.
Logo, o amor me toma, necessito desta "peça" e ela de mim, pois também sou uma "peça" de outro, e juntos compomos um enorme quebra-cabeças, a vida.


Dedico tais linhas a duas de minhas "peças" dantes perdidas mas que, naturalmente, a mim vieram. Victor e Rodolfo.

sábado, outubro 15, 2005

Na "mágica" Pocinhos do Rio Verde

Em noite clara e bela, encontrei-me a vislumbrar ao longe uma pequena edificação sobre as montanhas, tratava-se de uma igrejinha que, iluminada, parecia flutuar.
Momento único em que meus olhos se ludibriaram e encantaram com tal possibilidade irreal.
Na manhã posterior, junto a um grupo animado de amigos pus-me a subir tal monte onde a capela se alojava. Subida íngreme porém bela.
Estando lá em cima tive uma das mais belas visões naturais de minha breve vida.
Respirei...
Um mix de calma e felicidade tomou meu corpo.
Perdi a noção de espaço, as vozes pareciam distantes, porém o som do vento potencializou-se...
Senti-me parte integrante daquela natureza nova para mim.
Foi inevitável, postei-me na posição de lótus e, fechando os olhos, senti plenamente a natureza se apossando de mim, me completando.
Meditei...

sábado, outubro 08, 2005

Sonhos

Os devaneios que nos acometem ao entrarmos em estado de alfa, de desligamento completo com o mundo externo, cientificamente duram apenas 3 minutos,no máximo, porém, para nós, tomam uma proporção muito maior, a ponto de acreditarmos que eles podem ser premonições ou até mesmo recordações de outras existências. Frente a este inusitado fato, o que pensar?
Com a pouca experiência que possuo, mas embasada no inigualável senhor Sigmund Freud, acredito que em nosso âmago escondem-se mais segredos do que a ciência jamais cogitou.
Sou adepta a uma maior dedicação ao ser humano, ao seu universo interior, como os sábios orientais já fazem e pregam.
Assim, pergunto-me, e a você que por ventura leia tais linhas, se a vida não é um grande sonho que nos vem com tamanha magnitude mas que, na realidade, dura ínfimo período de tempo se relacionada ao universo e a uma força maior.
Portanto, diante de tais dúvidas vislumbro apenas uma alternativa, sonhar.