domingo, novembro 05, 2006

Quem dera...

Quem dera poder multiplicar-me, viver duas vidas em mundos distintos, mundos amados e saudosos...
Pena não ser possível, mas pior que se sentir longe do lar, do lugar onde significo algo, lugar onde, penso eu, existe um espacinho reservado, um espacinho ínfimo, pequeno mesmo, mas que fosse meu, que eu considerasse meu, que eu sentisse ser meu.
Sempre achei que meu nome foi muito bem dado, "estranha, estrangeira", é isso que ele significa e como me sinto, ainda mais agora.
Um grupo, um clã, uma turma, chame como quiser, mas nunca me senti 100% parte de nada.
Longe, assim, perco os bons momentos, os mais importantes, os mais rotineiros...
Pode parecer bobagem, mas o simples ato de abraçar e ser abraçado, sem nada dizer, apenas sentindo... tal lembrança traz as lágrimas aos meus olhos...
Lágrimas que, ultimamente, insistem em correr, livremente, por um rosto (des)conhecido.
A fala não mais desenrola-se com entusiasmo, com alegria e risos soltos, sem significação...
Os olhos, cada vez menos, conseguem ler o interior...as portas se fecharam...
Palavras não mais significam sentimentos, indignações, são apenas palavras, que tentam chegar a um estágio de satisfação, muitas vezes não alcançado...
Metamorfose. Dolorosa. Lenta.
Só espero que no fim de tanto auto-(des)conhecimento, nasça algo novo, tal como uma bela borboleta, que com suas asas, pode voar e encontrar o que ou os que procura.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

😢😢😢😢😢😢😢😢
Lindo demais. Profundo...muito profundo. Verdadeiro. Emocionante.
❤❤👽👽🛸🛸
Dragão 11/04/2022.

11:05 AM  

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