terça-feira, dezembro 27, 2005

Esteriótipos

Vivemos num mundo onde as pessoas devem seguir modelos, pois o que realmente importa é a aparência. Houve uma época memorável em que a sabedoria era muito valorizada porém, agora, nada mais importa.
Os valores foram deturpados, a honra, a honestidade, a compaixão têm época própria para se manifestar, só olhamos realmente para o próximo quando não há mais para onde desviar o olhar, rotulamos tudo e todos, conscientemente ou não, distanciamo-nos dos sentimentos reais.
Mais vale um rosto ou corpo bonito do que um coração puro, um sorriso sincero ou um conhecimento aprendido com a vida.
Estou farta! Não agüento mais ser julgada, apontada, rotulada como um produto, uma mercadoria; quero que olhem realmente para mim, para o meu interior...
Que me ouçam sem retrucar ou mesmo que dirijam a mim palavras verdadeiras, sem medo de represálias, sem dissimulações.
Deixemos de lado os nomes, sobrenomes, profissões...
Conhecer realmente uma pessoa é ter a resposta sem fazer perguntas prévias...
Olhar nos olhos, ver a alma, procurar a essência, o SER...

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Dança comigo?

Dançar não é apenas seguir um ritmo musical com movimentos coordenados e marcados.
Dançar é deixar a alma se expandir, é sentir que cada parte do corpo possue vida própria, move-se a seu bel prazer, inebriada.
A dança é a expressão mais pura dos sentimentos pois com ela é possível emocionar; é indiscutível o poder de um tango, a paixão, a sedução...
Ou a leveza de uma valsa, a ginga de um mambo, o desejo de um forró...
Quem não entende ao certo o que digo, faça um teste: feche os olhos ponha uma música e deixe que ela invada seus poros, como Caeiro, não pense, sinta.
E se deixe levar por cada nota, cada acorde, pela melodia, arranjos.
Tenho certeza de que a música é algo celestial, um presente do Grande para nós, mortais; e mais, se não existisse com certeza seria inventada, pois é a forma mais primitiva e sensível de se transmitir algo.
Então, frente a estas maravilhas humano-divinas, a dança e a música, me encontro plena, realizada, equilibrada, feliz.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Ao meu namorado

Nunca pensei que ficaria sem palavras, mas enfim ocorreu, quando tenho seus olhos nos meus o silêncio me basta, o tempo pára e o ar fica mais leve e repleto de um amor que parece exalado por meus poros.
É mágico! E tudo começou de modo tão surpreendente.
A identificação foi imediata e de uma intensidade tal que me envolveu, me aprisionou, mas ao mesmo tempo, libertou.
Esse sentimento tão avassalador veio me trazer uma felicidade inexplicável.
Sua presença, sua companhia, ou mesmo apenas o som de sua voz parece acender em mim uma luzinha, minha aura se expande e se funde com a sua.
Flutuo em seus braços, como se a gravidade fosse apenas teoria.
Quero que o sempre dure realmente a eternidade, e que o muito rompa as barreiras do infinito.
Assim, declaro todo meu amor a você, Rafael.
Meu porto seguro, alma gêmea à minha.

Grilhões invisíveis

Liberdade.Conceito que advém da idéia da possibilidade de interpretação pessoal em relação ao que se é exposto, e a tomada de decisões sem necessidade de prévia consulta ou posteriores explicações a outrem.Nesta linha de pensamento, "ser livre" torna-se uma meta, um anseio enraizado na essência humana.
Ao longo dos anos, lutamos pela conquista de liberdades de expressão, sexual, de julgamento e até física.Após tantos embates, consideramo-nos livres; mas será que realmente o somos? Infelizmente não, pois uma sociedade só se mantém se há o respeito a leis e normas, pré-estabelecidas, que limitam as ações de seus componentes.
A partir do momento em que nascemos, vamos perdendo gradativamente nossas liberdades, pois passamos a ser educados com o intuito de nos tornarmos aptos à convivência em grupos e, para isso, muitas vezes, temos que nos desvencilhar ou alterar valores e concepções singulares.
Aqueles que, por ventura, não aceitam tais perdas ou transformações em seu modo de agir ou pensar são rotulados como loucos ou, mais brandamente, excêntricos.Contudo, só conseguem manter-se à margem desta esteriotipação social porque assumem seus atos, e pagam por ele, pois liberdade e responsabilidade são indissolúveis.
Logo, a plena liberdade é uma ilusão que criamos a fim de aquietar nosso ego, e também, para justificar o modo como somos conduzidos a nos portar ante a vida pela mão invisível da moralidade e da justiça.

Texto de 31/10/2005